quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A Espanha e as Tapas


Outro dia um espanhol me disse que a expressão "tapas" vem exatamente de pequenos pires com pequenas porções de comida, que se colocavam em cima de copos de cerveja para se tapar, claro, e não deixar que moscas se aproximassem.
É engraçado, que buscando por restaurantes de tapas em São Paulo, encontrei alguns, mas, com uma grande sofisticação, que ainda não havia visto, nem pela Espanha.
Claro, que aqui, você pode sair para comer em restaurantes caros, eu só não sei direito onde eles estão(!) porque, andando pelas ruas, tudo o que você vê é exatamente isso: Milhares de pessoas, de tapeos, em bares simples, que existem em todas as esquinas, tomando cerveja e simplesmente comendo tapas! Festa de aniversário: tapas! Comemoração de alguma façanha: tapas! Reuniões com os amigos: tapas! Passar no bar, só pra tomar uma cervejinha: só se for com tapas!
O engraçado é que se chove muito, como na semana em que escrevo este texto, ao abrir o mínimo sol ali estão os espanhóis! Tapeando, ou, mais cedo, apenas almuerzando, comendo bocadillos ou tomando um café! Muitos mesmo... dá até tristeza não ter muitos amigos para fazer sempre como as dezenas que ficam ali pelas esquinas... E cada esquina, um bar, um café, sempre cheio, sempre com papos, tapas, cervejinhas e muitas mesas na rua!
Fico imaginando como seria sem crise! Me disseram já, que agora só se come fora 3 vezes na semana, pela crise!
Eu só sei que sentirei muita falta dessas esquinas!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Um homem precisa viajar!

"Hoje entendo bem meu pai: Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto, sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece pra quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”

Amir Klink

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

No País Vasco!


O destino me fez conhecer duas pessoas Vascas!


Que engraçado! Os dois são parecidos, apesar de serem totalmente diferentes!


Pode ser que eu os esqueça facilmente, e apesar de achar que esta peça o destino não me pregará temos que respeitar o que diz o sábio Daniel: "Não podemos esquecer as leis do esquecimento".


Bom... eu sei que este mesmo destino me pregou uma peça e me fez ir até San Sebastian! Talvez por influencia Vasca... literalmente, talvez apenas por instinto, no lo sé!


De repente, nem se sabe como e nem porquê, você vai à um lugar, e se apaixona!


Desde então, sua vida perde a tranquilidade! Tudo fica inquieto, estranho, um desejo passa a consumir seus pensamentos, até o dia, em que o desejo é realizado e tudo vira paz novamente!


Eu, só desejo estar, por mais de 50 dias naquela cidade. Nada mais!


Se ficasse sentada no sofá!


**Se ficasse sentada no sofá**
Eu nunca leria as páginas do livro!Não ficaria horas tentando entender os espanhóis falando mais rápido que um raio! Não ficaria duas horas tentando falar barajas ou saca puntas de maneira correta. Não teria tido uma professora criança!
Não comeria paella todos os dias, não me divertiria e aprenderia todos os momentos.
Não saberia o que significa: Prego, Mind the Gap, Barceloneta, celos, gafas, orchata, chufas, si us plau, echar de menos, ligar, rotonda, flipar,zumo, entre outras mil coisas.
Não cantaria músicas do canto del loco,não conheceria Blasco Ibañez, Juan Ramon Jimenez, Velasquez, Goya, Sorolla, Miró, como hoje.
Não teria num pequeno tempo, que me pareceu horas, a sensação apoteótica de ver a torre Eiffel pela primeira vez... Não teria me lembrado dos amantes ao ver ponte Neuf, nem brincado de corcunda na catedral de Notre Dame.
Não teria chorado ao ver o azul do mediterrâneo, não teria nadado “quase até a ilha” no inimaginável frio do cantábrico, não teria visto a fronteira em Hondarribia, nem os ingleses no parque, abertos, para um sol tímido e sem a menor consideração com eles.
Não teria também chorado ao ver o sanfoneiro no metrô de Paris... nem me esvaído em lágrimas ao escutar “por una cabeza”, de um violinista virtuoso, nas ruas de Madrid...
Não ficaria surpresa ao ver a beleza de San Sebastian... não saberia como é um homem Vasco e nem tão pouco o que vem a ser Euskadi. Não entenderia o que é “Non da Jon” e nem como pessoas podem entender um idioma que só usa “k”s, “h”s e “z”s.
Não teria a menor noção da beleza inenarrável de castelos, palácios, de construções romanas, principalmente fora de Roma, de mais de dois mil anos. Não veria Alhambra, Aljeferia. Não entraria no Coliseu! Não conheceria o Louvre... Não teria visto a Monalisa de perto.
De fato, não teria tido, milhares e milhares de vezes, em tão pouco tempo, a sensação inenarrável de deslumbramento! Assim como aquela, inesquecível de estar com Daniel e Amparo pela primeira vez! Que ainda é igual ao receber um e-mail pela centésima vez!
Não tomaria Caesar Augusta, a melhor cerveja do mundo!!! Não saberia, ainda, que Zaragoza vem de Caesar Augusta, graças à tia Ana.
Não teria experimentado Cruzcampo, Amstel, Maltas, Coronita, uma Birra Moretti, uma Guiness num pub inglês, um Illy em Roma, um sorvete italiano. Não saberia o sabor de Café com Bayles, do Café del tiempo, dos cortados, dos bombons, de bocas e delícias.
Não teria provado los vinos españoles!!! Que triste isso seria!Também não saberia o sabor dos chipirones en su tinta, dos calamares a la romana, do jamón serrano, das patatas bravas, do pan amb tumaca, da crema catalana, dos bocadillos, dos pinchos, da ensalada valenciana, das pizzas italianas e dos crepes em Paris.
Não conheceria o Blue Velvet Burgalês... não riria muito com pessoas alegres... não encontraria grandes amigos pelo caminho. Aliás, não teria visto “el camino” e tão pouco escreveria "apoteótico" neste texto. Tão pouco “tão pouco”.
Não teria visto os campos de girassóis, as montanhas andaluces, o grande mar de cascalho que é a Espanha, os rios por aí, nem as obras de Gaudí!
Não teria vislumbrado o paseo de Grácia, a sagrada família, admirado por horas a fio a Plaza de La Virgen, não teria conhecido el Carmen, las copas, las Cañas, las doble Cañas, las Jarras!
Não teria entrado na L´Occitane... que pena para meu olfato!
Não teria também, a infelicidade de saber de perto o que é "el paro" e a crise espanhola... Mas, assim, eu seria infeliz, mesmo sem saber, por não conhecer Eva! “No te vayas, Bi”!!!
Por outro lado, não teria echado de menos: meus sobrinhos; comer brigadeiro com as minhas
irmãs; meus amigos brasucas indescritíveis; a Lola lambendo meus pés frios enquanto trabalho em casa; o olhar bobo da Amelie; podar as plantas do meu jardim; dançar como só se dança no Brasil; ver cinema na Paulista; comer na padaria da Tamoios; bagunçar o jornal do meu pai; ouvir o canto doce da minha mãe.
Mas, sim, seguro, te digo: Muito menos rica e colorida eu teria sido!

Uma imagem vale mais que mil palavras!

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É Valência!


Pra falar a verdade, a gente fica um pouco chato! A novidade, que vinha forte, as vezes me parece agora irrelevante! Se antes as ruas me pareciam estranhas, as construções raras, agora, me parecem normais! Já não me assusto mais com os edifícios quase da mesma cor, a ordem já não me deixa surpresa!
Pra falar a verdade, agora, tudo me parece normal, tudo me parece assim como é! Nada é novo, nada me deixa... nossa.... que super lindo!!! É Valência! É como é! E eu estou aqui e eu conheço este lugar! Ele é maravilhoso, é amado, mas, não me causa mais espanto!
A cidade não causa mais espanto!
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